Receita de Chá Preto do Livro Fogão de Lenha
Chá das 5

Receita de Chá Preto do Livro Fogão de Lenha


O clássico livro da cozinha mineira Fogão de Lenha, escrito pela grande culinarista Maria Stella Libânio Christo, traz em meio à deliciosas receitas de variados pratos, algumas bebidas. Curiosamente havia me deparado com esta de Chá Preto que compartilho aqui com vocês.

Interessante encontrar tanta precisão nas informações sobre chá neste livro de 1982 (veja foto abaixo)! As ressalvas ficam para o nome da planta - antigamente era chamado Thea sinensis, mas após algumas pesquisas foi alterado para Camellia sinensis e a variedade se escreve Assam.

Detalhe do livro. Clique na imagem para ampliá-la

Coincidentemente, o lugar desta Fazenda que a autora descreve é hoje o Museu do Chá, que comentei em outra postagem.

Este livro é para amantes da cozinha brasileira, com toques de poesia e lembranças de uma cozinha muita acolhedora.

"Hora de Bebericar...

A hora das coisas de beber são todas. A cada visita um cafezinho feito na hora (evidentemente para os homens, a fim de fazer boca de pito, que as mulheres em sua maioria preferem as quitandas e os doces... ou o sacrifício das dietas emagrecedoras).
Antes das refeições principais, quando há hóspedes ou em dias festivos, aos homens se preparam as batidas e caipirinhas, variação infinita da cachaça, quando não a preferem branquinha e virginal.
Nas visitas de cerimônia, à tardinha ou à noite (bem menos à noite que nas horas do lanche) o costume impunha o serviço de licores. Nunca apenas um. Três no mínimo, em cores variegadas, que se haviam de bebericar em delicados cálices de cristal da Boêmia, gota a gota, tão demoradamente quanto se bebiam as novidades e as conversas entre senhoras de um lado e os senhores de outro...
Noite feita, antes de dormir, era o chá com a ressurreição das quitandas. Dormir de barriga vazia dava maus sonhos. De barriga cheia demais, pesadelos...
Salvo os cafezinhos e os aperitivos, a moda passou. Nas festas de São João e São Pedro havia farta distribuição de quentões, como ainda é prática no folclore interiorano. Da cidade não se fala, portão que dá entrada a novas modas.
Esta parte, portanto, é mais de saudade. Dos bebes? Dos licores? Não. Da própria saudade, ressurreição da infância, da juventude, de velhas esperancas e sonhos."

- Fogão de Lenha, Quitandas e Quitutes de Minas Gerais; Maria Stella Libânio Christo; Editora Vozes.





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